A Transposição Vigário-Ponte Coberta tem por objetivo criar uma alternativa confiável para assegurar a liberação de uma vazão mínima de 120 m3/s no reservatório da usina Hidrelétrica Pereira Passos, no rio Guandu de forma a manter a operação desta usina e o abastecimento de água potável para a ETA Guandu, a jusante. Não se trata assim de uma nova transposição de bacias, mas sim da construção de um sistema de adução alternativo às estruturas de geração da Usina Hidrelétrica de Nilo Peçanha, para derivação de águas entre dois reservatórios (Vigário e Ponte Coberta) do mesmo subsistema da atual transposição de águas entre a bacia do rio Paraíba do Sul e a bacia do rio Guandu, com o objetivo de assegurar a perenização de vazão do Ribeirão das Lajes.

O circuito hidráulico a construir constituirá um “by-pass” à atual usina hidrelétrica de Nilo Peçanha, possibilitando assim a interrupção do funcionamento dessa usina, devido a necessidades de manutenção ou por avaria, e garantindo desta forma a operação contínua da Usina Hidrelétrica Pereira Passos e o fornecimento de água à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que atualmente se encontra quase integralmente dependente do funcionamento em contínuo dessa usina e respectivo circuito hidráulico.

A usina de Nilo Peçanha tem mais de 60 anos de existência e exige a realização de urgentes intervenções de reabilitação e modernização de estruturas e equipamentos, representando atualmente uma situação de elevado risco para o abastecimento de água ao Rio de Janeiro.

A Transposição Vigário-Ponte Coberta situa-se na Serra das Araras cerca de 1 km para Nordeste dos circuitos hidráulicos das usinas hidrelétricas de Fontes Nova e de Nilo Peçanha. O circuito hidráulico a executar desenvolve-se entre as cotas 401,50 m a montante no reservatório do Vigário e a cota 89,00 m a jusante no reservatório de Ponte Coberta, sendo dimensionado para uma vazão de 120 m3/s, compreendendo os seguintes elementos principais:

• Tomada de água no reservatório do Vigário, situada a montante do canal do Vigário, constituída por curto canal de aproximação e uma estrutura de tomada equipada com grades e comportas de serviço e ensecadeira;
• Túnel em pressão com 3,8 km de extensão e diâmetros hidráulicos de 5,80 m, 4,20 m e 2,80 m, compreendendo trechos com revestimento em concreto projetado, em concreto armado e blindagens, respectivamente;
• Estrutura de dissipação de energia, equipada com quatro válvulas dispersoras e duas válvulas de bloqueio de segurança. Numa segunda etapa, em 2020, foi projetado um aproveitamento energético das águas aduzidas pelo “by pass”. Nesse sistema está prevista um circuito alternativo no extremo de jusante do túnel derivando para uma Casa de Força com potência instalada de 90MW. Este sistema de geração não teria uma operação contínua, somente operaria somente em caso de paradas na UHE Nilo Peçanha. A viabilidade econômica deste sistema deveria ser avaliada